Sempre existiu uma espécie de orgulho entre o homem e sua cultura, defendendo aquilo que imagina ser próprio por origem, ajudando a tapar o buraco da angústia – com o papel de ser um motivo para viver.
Essa cultura acontece através da educação e valores transmitidos pelos pais, sociedade e pela própria fé perceptiva da pessoa no mundo em que ela vive. Cria-se todo um bloco de verdade familiar a si próprio pela ausência de condições para enxergar além de sua própria cultura.
O filósofo e professor, Nivaldo Machado, afirma que a cultura em si não possui um papel na formação intelectual das pessoas, mas sim, o processo de ensino-aprendizagem é que deveria ser planejado de modo a possibilitar através de seu fazer um aumento (em quantidade e qualidade) do mundo de cada pessoa. O professor aponta que existe um universo de possibilidades, todavia, o quão desse universo é conhecido irá variar diretamente em relação ao tamanho do mundo de cada pessoa e deixa claro que temos muito mais processos de adestração do que de educação a nossa volta.
Desde a pré história, com as pinturas nas paredes das cavernas, a arte é a mais nobre e bela forma de expressão que o ser humano possui. Medos, angústias, patriotismo, amor, evolução, assim como todos os sentimentos do Homem enquanto ser evolucionista são transformados em arte, seja em forma de pintura, escultura, dança, música, teatro, poesia, a arte e a cultura de um povo o ajudam a “compreender” o seu mundo, seu cotidiano, sua história, sua existência.
Ao conhecer a globalização, o homem começou aos poucos a perder sua identidade cultural, esta que foi se misturando com culturas e costumes de outras regiões, se unindo e tornando-se uma só. Somando a globalização, com o crescimento dos grandes centros, mais a tecnologia e a correria da vida cotidiana, temos visto que no pós-modernismo e com um alcance maior no ocidente a cultura como um simples entretenimento ou um mero passatempo. Mais do que isso, a cultura traz o conhecimento que liberta.
De acordo com o sociólogo, Luciano Alvarenga, a cultura é fundamental na formação das pessoas, porém deve ser tratada da forma mais aberta o possível, uma vez que existem mais de suas mil definições para o termo “cultura”. E que ainda cultura é algo vivo e em transformação permanente, isso significa que ela não pode alcançar um ápice, uma vez que recua e avança - desta forma deve ser desmistificada.
O sociólogo afirma estarmos vivendo um momento de pasteurização cultural - o que é consumido na Alemanha por um garoto de 10 anos, é consumido no Brasil e Japão -. Mas diz por outro lado, termos assistido com muita força a emergência de uma cultura de periferia que brota em todo canto pelo mundo todo, e volta a afirmar que “agora cultura é sem dúvida fundamental”.
Em relação à escola o sociólogo afirma que a educação formal acabou, faliu. Cita que a escola é hoje uma instituição irrelevante, não há nada na escola que dialogue com a realidade dos jovens e da sociedade em geral. Seja a pública ou privada. Afirma que frequentar a escola é uma perda de tempo, e que todos já perceberam isso. Diz ainda que o Ensino médio transformou-se em curso técnico para o vestibular.
A busca pelo conhecimento e pela verdade foi o combustível que motivou grandes pensadores como Platão, que defendia a idéia de que quanto mais universal é a cultura, mais perto da verdade se está. Também afirmada por John Lennon.
Universal ou regional, a cultura pode tanto nos libertar quanto nos prender, depende da forma com que a cultivamos.
Nas palavras do historiador da arte, Romildo Sant'Anna, a cultura é tudo aquilo que pode filtrar o que nos entra intelectualmente. Para o historiador a educação se realiza em todos os estágios de nossa vida, desde os estágios fundamentais que se complementam com o que trazemos "do berço", aos estágios adultos, que se complementam na inter-relação com a sociedade. Afirma que até as leis são construídas de acordo com espelhos de modelos morais, que mantém a sociedade como uma entidade sistêmica. Porém sem essa "representação virtual" Romildo acredita que a sociedade deixaria de ser uma unidade cósmica e se perderia nos enredos e obscuridades do caos.
O jornalista Lúcio Ramos acompanha a opinião e afirma que sem o auxílio de ciências, tais como a filosofia e sociologia não haverá nada mais do que passividade entre a sociedade, e tudo o que for enfiado goela a baixo por quem está um degrau acima culturalmente, será digerido.
Para Marlon Morelli, ator e diretor de teatro, a cultura, diretamente a arte, é a ponte que levam o individuo ás outras diversas e infinitas fontes do saber. Opinião compartilhada pelo paulistano Amin Seixas, pintor com influências Expressionistas. O artista defende que todos deveriam dedicar se as artes, pois vem delas a sensibilidade que aguça a nossa percepção de mundo além de levarem com elas o stress e frustrações do dia a dia, o pintor acredita que se interessar pela arte é se interessar pelo mundo, pela vida, por si próprio.
Certa vez disse o psicanalista e psicólogo austríaco, Otto Rank, “a arte é o sonho da humanidade.”Assim como uma boa alimentação, os hábitos culturais são essenciais no dia a dia das pessoas, como por exemplo, o habito da leitura.
Segundo o Maestro da banda da Policia Militar de São José do Rio Preto, o Sub Tenente Ilson Ribeiro, a cultura e as artes estimulam o cérebro a buscar o conhecimento, impulsiona o individuo a criar uma maior autonomia,que o faz a cada dia crescer mais um pouco como individuo dentro de uma sociedade,uma vez que este deixa a passividade, tornando se participante ativo do processo de transformação do mundo em que habita.
A ausência da cultura nos destrói por completos, causa a ruptura social que gera as mazelas de nossas cidades, uma vez que a cultura se faz essencial para a vida do ser humano, sendo o prosaico que nos orienta.
Talvez todas as respostas não estejam nela, mas a cultura é um dos melhores caminhos pra mudar a situação fria, mecanizada e decadente em que o ser humano se encontra mergulhado neste inicio do século XXI.
Devemos buscar a cultura do conhecimento, está que não programa verdades, mas sim quebra todas estas barreira culturais - à busca do real.
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