Poucas pessoas pensam sobre o porquê das coisas serem como são. As crianças, por não saberem deixar de fazer perguntas importantes, desejam saber de onde veio o mundo, por que o céu é azul, por que as estrelas não caem, por que nos lembramos do passado e não do futuro, e até mesmo qual é o menor pedaço da matéria e porque o Universo existe.
Mas, chegando à adolescencia, a alegria da descoberta parece se extinguir, misteriosamente, de suas mentes. E isso não é culpa da puberdade.
Qualquer um que entre em uma sala de Educação Infantil, até o 1º ano do ensino fundamental, percebe que as crianças são cientistas natas - curiosas, perspicazes e provocadoras, embora mais admiradas do que céticas.
Perguntas interessantes brotam a todo momento. Elas nunca ouviram falar em perguntas idiotas.
Perguntas interessantes brotam a todo momento. Elas nunca ouviram falar em perguntas idiotas.
Mas ao irem se tornando seres cada vez mais socializados, surge a preocupação de terem a aprovação e consideração do grupo, valor capaz de inibir a capacidade de pensar e perguntar, a fim de descobrirem coisas novas. Perguntar passa a ser um sinal de fragilidade, pois há o medo de perguntar algo que todos já saibam ou que não faça sentido, assim passando por uma vergonha sem tamanho.
E os poucos que continuam interessados são, as vezes, taxados de C.D.F, nerds, etc.
A escola também desencoraja e desestimula as perguntas à medida que utiliza um método onde tudo já está pronto. Informações são repassadas, sem espaço para a busca por respostas, sem desafios ou discussões acerca do que está sendo tratado.
A escola também desencoraja e desestimula as perguntas à medida que utiliza um método onde tudo já está pronto. Informações são repassadas, sem espaço para a busca por respostas, sem desafios ou discussões acerca do que está sendo tratado.
Os adultos, por sua vez, ficam desconcertados quando as crianças perguntam coisas que não sabem como responder. Por que a Lua é redonda? Por que a grama é verde? O que é um sonho?
Muitos respondem com irritação ou zombaria, ou mesmo mudam rapidamente de assunto. E as crianças logo percebem que esse tipo de pergunta incomoda os adultos.
Mais algumas tentativas mal-sucedidas (com outros adultos e professores) e mais uma criança perde o interesse pelo conhecimento.
Por que os adultos têm de fingir saber de tudo para as crianças? Será tão difícil assumirem que não são oniscientes? Qual o problema em admitir que não sabemos alguma coisa?
Há coisas muito melhores a se fazer do que deixar uma criança pensar que é um erro terrível fazer perguntas profundas.
"...aquele que pergunta é tolo por 5 minutos, mas aquele que não pergunta é tolo pelo resto da vida...." |
Se temos ideia da resposta, podemos tentar explicar. Se não sabemos, podemos pesquisar. Se não tivermos como pesquisar, podemos dizer que não sabemos. E se for algo que ninguem saiba explicar, podemos dizer que talvez ela possa ser a primeira a descobrir se esforçar-se para isso.
Segundo o divulgador da ciência Carl Sagan, "toda pergunta é um grito para compreender o mundo. Não existem perguntas imbecis."
Assim, tanto os estudantes quanto os professores (e as crianças e os adultos em geral) precisam aprender uma grande lição com a liberdade dos seus primeiros anos de vida, mais primitivos, mas que vão além de todo o preconceito e condicionamentos sociais.
Faz-se necessário ensinar a sí mesmos uma habilidade essencial: aprender a aprender. E fazer perguntas acerca de algo que se deseja conhecer é essencial para passar a entendê-lo.
Pois, como bem sabemos, aquele que pergunta é tolo por 5 minutos, mas aquele que não pergunta é tolo pelo resto da vida.
Pois, como bem sabemos, aquele que pergunta é tolo por 5 minutos, mas aquele que não pergunta é tolo pelo resto da vida.
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