segunda-feira, 25 de maio de 2009

A ÚNICA CINZA É A DA SUA VIDA




Infelizmente em pleno século XXI, 2009, ainda existem pessoas que fingem não entender qual é a sua relação com o tabaco.

Já não vemos os caubóis de sempre – aquela cena comum nos comerciais de Malboro - botas, chapelões, calças justas, laços na mão, paisagem selvagem, a música grandiloqüente e o ar estóico dos caubóis. A indústria do cigarro já não está aliciando adolescentes a laço. Em vez de sexo, glamour ou aventura, imagens que a indústria do tabaco cultuava desde 1910, o cigarro passou a simbolizar o mal.

No entanto, a dependência química e psicológica ainda afeta as antigas e novas vítimas deste vilão.

“O CIGARRO”

Mario Cesar Carvalho (repórter especial da Folha de São Paulo) possui um livro esmiuçando toda esta relação do usuário e sua dependência. Na obra Mario também conta a história da indústria do cigarro e mostra que o fumo é a maior causa de mortes evitáveis na história da humanidade.

O livro faz a relação entre fumo e câncer desde os anos 50, fato que se tentou esconder até a década de 90, utilizando o cinema de Hollywood e a indústria publicitária para manipular a opinião pública a favor do cigarro.

Descrito com clareza o cenário que levou à disseminação do cigarro, o autor mostra como ocorreu a tomada de consciência da sociedade em relação aos malefícios do fumo.

O ponto alto do livro esta no capítulo "Por que o Cigarro Conquistou o Mundo". Nele, o autor toca num ponto fundamental (que já havia citado antes) para entender qualquer dependência química: o usuário sente prazer ao consumir a droga.


FUMAR CAUSA CANCER DE BOCA



NICOTINA CRIA DEPENDÊNCIA?

Fala-se muito da nicotina, mas existe um desconhecimento generalizado da sua natureza e dos seus efeitos.

O primeiro aspecto a salientar é que a nicotina presente no fumo do tabaco é o elemento aditivo do fumo, isto é, o vício de fumar está directamente relacionado com a ingestão de nicotina. A nicotina é aditiva porque ela estimula o sistema nervoso central.

Consequências desse sobre-estímulo: aumento da frequência cardíaca (mais batidas do coração por minuto) e aumento da tensão arterial. Mas a nicotina também é muito venenosa quando ingerida em quantidades elevadas.

A primeira e principal consequência do consumo de nicotina é a dependência ou adicção.

Essa dependência é de tipo neurobiológico, isto é, tem natureza física e ocorre a nível do sistema nervoso do indivíduo. A parte do cérebro que desempenha o papel principal no processo de dependência reage à nicotina da mesma forma que reage a outras drogas que provocam dependência.

É por isso que é muito difícil deixar de fumar.

- Em que consite e como se processa?

1º - Consumo origina prazer;

2º - Mais consumo suscita a tolerância do organismo à nicotina, isto é, para repetir o prazer inicialmente obtido é necessário aumentar a dose de nicotina ingerida;

3º - Abstinência de nicotina provoca sensações desagradáveis, pelo que o fumador continua a ingerir nicotina para eliminar essas sensações. Dez segundos após a inalação do fumo de um cigarro, uma dose concentrada de nicotina é distribuída directamente pelas artérias cerebrais do fumador e produz efeitos de eliminação das sensações desagradáveis que antes se faziam sentir Complementarmente, o tabaco também proporciona recompensas psicológicas e comportamentais, que resultam do hábito de acender o cigarro e de inalar o fumo. Esse hábito transforma-se num comportamento compulsivo muito forte, isto é, o indivíduo é levado a reproduzir o gesto automático de acender o cigarro – mesmo que não deseje fazê-lo;

Lei n° 37/2007 - FIM DO FUMANTE PASSIVO?

A lei visa a proteção da população à exposição involuntária ao fumo do tabaco.

A Organização Pan-Americana de Saúde sobre os níveis de nicotina no ar em ambientes públicos de sete cidades da América Latina, (Controle do Tabagismo) do Inca Vera Colombo, explica que o tema foi escolhido devido à cobrança da população para que a Lei nº 9294/1996, que proíbe o consumo do tabaco em locais fechados, seja realmente cumprida.

De acordo com Colombo, as pessoas que ficam em locais fechados por muito tempo em contato com fumantes têm um aumento nas chances de contrair doenças relacionadas ao tabaco. A cada oito horas, em um local fechado, é como se o fumante passivo tivesse fumado de quatro a dez cigarros.

"Há um risco aumentado em 24% para desenvolver infarto do miocárdio, se ele for comparado com uma pessoa que não se expõe à fumaça, e um risco aumentado de 30% de desenvolver câncer do pulmão com um que não se expõe", alerta Vera Colombo.

"A capacidade respiratória das pessoas fica diminuída, existe até 50% a mais de risco para crianças desenvolverem diferentes riscos de infecção respiratória."

Esta lei já deveria estar em aplicação, mas não é isso o que acontece.

Desta forma, um projeto de lei antifumo proposto pelo governador José Serra, foi aprovado pela Assembléia Legislativa. No entanto esta lei é válida apenas no estado de São Paulo (como se fosse preciso dela, ou ao menos da outra lei já existente antes).

Já existe uma consciência simples e clara sobre os danos do Tabaco, parece-me que as pessoas simplesmente não se importam com nada.
É compreensível e reflete como a sociedade vive hoje no pós-modernismo.


#%# CURIOSIDADE #%# - Animais também são fumantes passivos!

Segundo a Agencia FAPESP, um novo estudo mostra que animais domésticos também são vítimas dos problemas causados pelo hábito de fumar de seus donos.

O médico veterinário Marcello Roza, autor da pesquisa, examinou durante dois anos 30 cães da raça yorkshire, sendo que metade deles pertencia a donos que tinha por hábito fumar pelo menos 20 cigarros por dia.

Inicialmente, os animais – 18 machos e 12 fêmeas – passaram por um exame de dosagem da enzima cotinina, um teste feito com a urina para comprovar ou descartar a exposição dos cães à nicotina e ao alcatrão, substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro.

"Isso foi feito para mostrar que tais substâncias estavam presentes no organismo dos animais, uma vez que existia a possibilidade de o cão viver em uma casa de fumantes, mas não ingerir a fumaça", disse Roza à Agência FAPESP.

Em seguida, após uma anestesia geral, os animais foram submetidos a um lavado broncoalveolar, exame em que foi colocado soro fisiológico no pulmão para a retirada de células do órgão. "Verificamos, no material colhido, alterações significativas e prejudiciais aos animais", disse o autor da pesquisa.

A primeira alteração foi o aumento de duas células de defesa, os linfócitos e os macrófagos, além de detectarmos a presença de antracose.

Roza explica que a antracose é uma alteração perigosa, precursora de outros problemas pulmonares.

Com base nas informações obtidas, o pesquisador verificou que, apesar de ainda não terem desenvolvido doenças clínicas sérias, a grande maioria dos cães considerados fumantes passivos apresentava problemas de saúde que poderiam gerar graves complicações no futuro, como, por exemplo, o desenvolvimento de câncer de pulmão.

Oito animais apresentaram antracose, enquanto não foi verificada nenhuma alteração pulmonar nos 15 cães que serviram como controle;

CHARGE

Um comentário:

  1. Acho que o governo demorou muito para tomar essas decisões, porém se os físcais não forem duros!!! Essa lei não vai vingar.
    As pessoas que quiserem usufluir do cigarro, eu até concordo desde que respeitem o próximo e fume longe de quem não gosta.
    Essa lei veio em vigor até porque dizem que o governo gasta mais com pessoas internadas em hospitais por causa do cigarro do que, outras doenças....!!! Parabéns Eder. Show de bola esse texto!

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