quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A VERDADEIRA LUZ SOBRE O NATAL
A estrela de Belém aos olhos da astronomia


Alguns dos principais princípios de uma vida em sociedade e tradições se dá pela existência de eventos que por sua natureza quase não são questionados. Um deles se refere ao Natal. Habituados a comemorá-lo todos os anos no dia 25 de dezembro, jamais poderíamos supor que o nascimento de Jesus tivesse ocorrido em outra data (se é que ele existiu, mas esta postagem vai analisar a própria história, e não as crenças).

No entanto, é justamente o nascimento de Jesus Cristo o acontecimento histórico que mais tem atraído a atenção de inúmeros astrônomos, em particular aqueles interessados em problemas históricos e preocupados com a procura de uma explicação racional para o grande mistério da Estrela de Belém.

Para muitos, a Estrela de Belém teria sido um sinal celeste divino cientificamente inexplicável. Todavia, nem todos pensam do mesmo modo. Para o notável astronômo Johannes Kepler (1571-1630), o fenômeno luminoso que apareceu no céu na época do nascimento de Cristo deve ter sido um evento astronômico transitório. Ou seja, talvez um cometa, um meteoro, uma conjunção de astros ou uma explosão de uma estrela.
Os mais diversos fenômenos astronômicos e meteorelógicos foram sugeridos, no passado, para explicar a natureza da Estrela de Belém, entre outros: auroras, meteoro globular (bola de fogo), luz zodiacal, chuvas de meteoros, o planeta Vênus, estrelas variáveis, cometas, novas e supernovas.

Observamos que eventos como este já haviam acontecido antes, assim, não há motivos para associá-lo com certeza ao nascimento de Cristo – isso não seria sequer uma associação lógica.

Prosseguindo com o estudo, ainda existem sérias dúvidas quanto ao dia e ano em que Cristo nasceu. Diante disso os historiadores mais compromissados com a verdade, procuram utilizar-se de fatos históricos bem conhecidos, ou seja, certezas, tal como de fenômenos astronômicos, para estabelecer uma cronologia comparada que possa conduzir à mais provável data do nascimento de Cristo e desse modo explicar a natureza da visão observada pelos Reis Magos, como se acha relatada na Bíblia.

Por definição, Jesus nasceu no ano 1 de nossa era, pois o seu nascimento é o evento que marcou o início da Era Cristã. Mas, observando com cuidado a história, observamos que, na realidade, a verdade é outra. Tudo começou em 535 d.C., quando Dionísio, o Pequeno (séc. VI), fixou o nascimento de Jesus em 25 de dezembro do ano 754 (depois da fundação de Roma).

Desde então esta é a data de origem do nosso atual calendário (lembrando que durante toda a história humana passamos por calendários diferentes, com diferentes marcações do tempo, alguns matematicamente mal feitos).
Ao corresponder o ano 1 depois de Cristo ao ano 754 depois da fundação de Roma, Dionísio, o Pequeno, cometeu um erro de cálculo da ordem de pelo menos cinco anos. Ele não havia considerado nem o ano zero (algarismo que seria introduzido na Índia no século IX d.C.) nem os quatro anos em que o Imperador Augusto reinou com o seu próprio nome de batismo, Otávio.

A história nunca é uma verdade, esta é umas das primeiras lições que observa-se nos cursos tanto de história quanto de jornalismo – compreendendo e já esperando a má interpretação dos fatos. O que deve-se fazer é buscar um olhar multisimensional dos fatos: confrontando todos os dados históricos encontrados na época, interpretar os historiadores que factuaram os eventos e comparar as certezas sabidas através da ciência sobre fenômenos da época.

Inicialmente, com o auxílio de acontecimentos históricos citados na Bíblia, poderemos determinar com maior precisão os prováveis anos nos quais teria nascido Jesus.
De início, segundo São Mateus, sabe-se que Jesus nasceu durante o reinado do Herodes, que faleceu no ano 4 a.C., talvez em abril ou maio.

Essa última conclusão prende-se ao fato de que a morte de Herodes ocorreu antes da Páscoa dos judeus e foi precedida por um eclipse da Lua. Ora, através das certezas astronômicas, o único eclípse lunar visível em Jericó foi o da noite de 12 para 13 de março do ano 4 a.C., como foi mencionado por Flavius Josephus.
Supõe-se que a morte de Herodes se deu provavalmente no mês seguinte ao do eclipse. Assim, tudo indica que Herodes morreu entre 13 de março e 11 de abril, pois nesse último dia que se iniciou a Páscoa dos judeus.
Uma outra ocorrência que tem auxiliado os historiadores foi o massacre dos inocentes, quando todas as crianças de menos de dois anos foram sacrificadas por ordem de Herodes, que se baseou nas informações dos magos para enviar seus soldados a Belém com o fim de matar o novo Messias que tanto temia.
Por esse fato, se conclui que Jesus, na época, deveria ter menos de dois anos. O importante é que devemos também saber que essa data pode corresponder à concepção, e não ao nascimento, pois entre os orientais era tradição iniciar a contagem da idade a partir daquele instante.
Agora vamos analisar o que sabemos sobre o fenômeno da Estrela de Belém. A hipótese de que a Estrela de Belém foi um cometa parece ter sido proposta pela primeira vez pelo teólogo e perito cristão Orígenes (183-254), que supõe ter sido o cometa Halley o astro visto pelos magos.

Um venerável Bede afirma que não poderia ser um cometa pois ele não se deslocava jamais para o sul, enquanto o doutor da igreja grega, São João Damasceno (fim do séc. VII - 749), defendeu durante toda a sua vida a hipótese de a Estrela de Belém ter sido um cometa.

Em 1665 o astrônomo francês R. Lutz afirma que não foi um cometa, mas uma estrela milagrosa concebida por Deus, afirmando que a estrela acompanhava os movimentos dos reis, e que, sendo assim, não poderia ser um simples fenômeno.

Mas analisando-se os registros chineses (grandes astrônomos no passado) de cometas, verifica-se que a tese do cometa Halley é inaceitável. De fato, a hipótese exigiria um erro de 11 anos na data atualmente atribuída ao nascimento de Jesus Cristo, pois a passagem desse cometa no início da nossa Era Cristã deu-se em 25 de agosto do ano 12 a.C., quando os astrônomos chineses assinalaram a sua presença na constelação de Gêmeos. O que se manteve dentro dos cálculos em outras duas aparições.
É através de contradições e refutações que nos aproximamos de uma verdade - e contradizemos a história através de certezas que temos.

Apesar de ser geralmente representada nos presépios como um cometa, tudo indica que é mais provável que somente uma das hipóteses, supernova ou de configuração planetária especial, pudesse sobreviver dentro do contexto misterioso que sempre envolveu a mais lúdica das festas cristãs.
Continuando o caminho árduo e sem pressa pela verdade, em 11 de setembro de 1572, o astrônomo Tycho-Brahe descobriu uma brilhante estrela, próxima ao zênite, na constelação de Cassiopéia. Sua cintilação e magnitude atingiu uma tal intensidade que foi visível a olho nu mesmo durante a luz do dia. Esta estrela permaneceu observável durante mais de 17 meses, período no qual hipóteses surgiram para explicar o aparecimento dessa nova estrela, uma vez que a imutabilidade dos céus era um dogma aceito como divino e jamais posto em dúvida (convencionalizado por Aristóteles).

Esse evento abalou totalmente os alicerces do Céu perfeito, fixo e imutável - Aristotélico.

O médico, matemático e filósofo italiano Gerolamo Cardano viu nessa nova estrela, descoberta por Tycho-Brahe, a mesma que conduziu os Reis Magos a Belém, enquanto o escritor e teólogo protestante suíço Théodore de Bezè, afirmava que essa aparição anunciava a chegada à Terra do segundo Salvador, como a de Belém havia anunciado a chegada do primeiro.

Outros cronistas da época, entre eles Stroffer e Leovittius, achavam que o Anticristo teria nascido, enquanto outros supunham que era o fim do mundo e as estrelas iriam cair do Céu.

Mas hoje, segundo o grande astronômo e divulgador de ciência brasileiro, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, sabe-se que as Novas são estrelas que se tornam bruscamente muito luminosas. Elas aparecem subitamente. Brilham intensamente por dias, enfraquecendo lenta e gradualmente até atingir o seu brilho primitivo.

Em virtude de sua aparição brusca, elas são denominadas estrelas Novas, no entanto o vocábulo é impróprio, já que elas existiam antes da explosão que as tornou visíveis a olho nu.
A origem e causa dessas explosões ainda é desconhecida, embora hajam hipóteses e estudos, mas o que sabe-se é que reaparecem em um ciclo bastante regular. Foi baseado no ciclo de recorrência da estrela Alpha Coronar Borealis que o astrônomo norte-americano Richarson aventou a hipótese de ter sido a Estrela de Belém, essa Nova situada na constelação de Coroa Boreal, que na época era visível próximo ao zênite em Belém de Judá.

Entretanto, a Nova possui um brilho de segunda magnitude, assim teria sido pouco notável para impressionar os magos. Já que mais de quatro dezenas de estrelas do Céu têm magnitude superior.

Para os astronômos ingleses David H. Clark, John H Parkinson, ambos pesquisadores do Laboratório Muflord de Ciência Espacial da Universidade College de Londres, e F Richard Stephenson, do Instituto de Ciência Lunar e Planetária da Universidade de Newcastle, a Estrela de Belém deve ter sido uma brilhante Nova, registrada pelos astrólogos chineses na primavera do ano 5 a.C., o ano de ocorrência do real, e mais provável ano de nascimento de Jesus, compartilhado entre historiadores e especialistas católicos.

O nascimento teria ocorrido entre os anos 5 a 7 a.C.

Em 10 de outubro de 1604, Brunowski, aluno de Kepler, descobriu uma estrela Supernova (de magnitúde gigantesta em relação à Nova) na constelação de Ofiúco. Seu brilho máximo, segundo as estimativas da época, foi equivalente ao dos Planetas Júpiter e Vênus.
Em fins de março de 1605, após sete meses durante os quais apresentou algumas oscilações de brilho, essa estrela deixou de ser visível.

O surgimento da estrela Nova foi antecedido, em 17 de dezembro de 1603, por um belo e raro fenômeno de grande importância astrológica: a conjunção de Júpiter e Saturno, que além de ter fascinado a mente mística de Kepler, lhe sugeriu a ideia de que a Estrela de Belém estivesse relacionada com uma conjunção análoga.

Assim, de fato, após longos cálculos, Kepler concluiu que no ano 748, em Roma, ou seja, no ano 6 a.C., ocorreu um fenômeno astronômico semelhante, que poderia ter anunciado o aparecimento da Estrela. Mais tarde, de forma brilhante, ao prever a conjunção tríplice de Jupiter e Saturno para o ano 1623, Kepler relançou a hipótese de que uma conjunção idêntica, ocorrida no ano 7. A.C., poderia ter sido o sinal luminoso assinalado pelos Reis magos, quando do nascimento de Cristo.

Uma conjunção tríplice não é, como a princípio sugere o nome, uma aproximação de três planetas, mas a sucessão de três conjunções de dois planetas num curto período.
Durante a conjunção de dois astros, as suas coordenadas celestes atingem valores quase idênticos num determinado instante. Numa linguagem popular, poderíamos dizer que a conjunção é a aproximação aparente de dois astros.
As conjunções tiveram na Antiguidade uma grande influência sobre as mentes primitivas. Acreditava-se que essas aproximações conjugavam as forças astrológicas específicas de cada astro.

Segundo o que crê Kepler, a grande conjunção não substitui, na realidade, a Estrela dos magos, como lhe atribuem vários autores. De acordo com as concepções aceitas na época, os fenômenos celestes influenciavam os acontecimentos terrestres ou eram sinas dos mesmos.

Dessa ideias participava Kepler, que possuia a crença de ter sido a tríplice conjunção um evento destinado unicamente a chamar a atenção dos magos para aquela região do céu, onde brilhou a Estrela anunciadora da chegada do Messias. Kepler:

“Tendo sido comunicado aos magos o aparecimento dessa estrela milagrosa, Deus, acomodando-se aos modos de pensar da época, teria feito com que a Estrela brilhasse no momento em que também ocorria uma tríplice conjunção de planeta, como aconteceu com a nossa estrela”.

Evidentemente, Kepler não aceitou a constituição da nova estrela como uma estrela normal, mas um astro milagroso. E essa interpretação de Kepler para a tese da Estrela de Belém encontrou vários opositores, assim como não lhe faltou o apoio de eminentes cientistas.

A mente de Kepler não tinha muitas condições de interpretar, mas a ciência que Kepler faz é observar que “A Estrela de Cristo tem muita coisa em comum com a estrela Nova em 1604, pois ambas coincidiram na época de sua aparição com uma conjunção tríplice”.

Mais tarde, um famoso cronologista alemão, C.L. Ideles, refez os cálculos de Kepler com auxílio das tábuas de Delambre, editadas no início do século XIX, e deduziu que a tríplice conjunção kepleriana ocorreu, na realidade, no ano de 748 da fundação de Roma, ou seja, com maior precisão, respectivamente: a primeira em 20 de maio; a segunda, em 27 de Outubro; a terceira, em 12 de Novembro do ano 7 a.C.
É importante lembrar que a máxima aproximação entre esses planetas foi de cerca de um grau, ou seja, o dobro do diâmetro aparente da Lua cheia. Assim, seria impossível, portanto, observá-los com o aspecto de um único astro, como está relatado na Bíblia (Mateus, II: 9).

No século XIX, o astrônomo inglês C. Ptritchard, na resvista Royal Astronomical Society de londres, confirmou que uma conjunção tríplice de Jupiter e Saturno, segundo os seus cálculos, ocorreu em 19 de maio, em 29 de Setembro e em 4 de Dezembro do ano 7. a.C, na constelação de Peixes, que, astrológicamente, está relacionado com o povo judeu.
Atualmente, um dos maiores defensores de que a Estrela de Belém ocorreu a partir dessa conjunção tríplice é o astrônomo inglês David E. Hughes, do Departamento de Física da Universidade de Sheffiels, da Grã-Bretanha. Desta forma, na verdade, toda hipótese submetida à luz da ciência deixou uma dúvida sobre o nascimento de Cristo, que os próprios peritos cristãos são unânimes em afirmar que teria ocorrido cerca de sete anos antes da data atualmente aceita – através da confrontação e análise dos dados históricos que se combinam (todos já analisados).
Assim, considero um firme argumento onde pudemos chegar até aqui, e agora devemos analisar a interpretação da época sobre os eventos. O que eram os magos é um dos fatores mais importantes de interpretarmos.

Os magos eram sacerdotes-astrônomos de uma das seis tribos que, segundo Heródoto, constituiam o povo meda: os paretacenos, os busas, os estrucatas, os ariszantos, os búdios e os magos.

Os medas formavam um grupo autóctone. Sua origem provém de um amplo processo de deslocamento de populações indo-européias, entre as quais se encontram também os persas.
Eles ocupavam a Média, que compreendia uma vasta região do nordeste da Pérsia, limitada a oeste pela Mesopotâmia e Armênia, ao norte pela Armênia, a leste pelo mar Cáspio e o grande deserto da Pérsia e ao sul pela Pérsia e ao sul pela Pérsia propriamente dita e a Susiana. O nome Média derivou da denominação atribuída aos habitantes dessa região: medas.

Os magos parecem ter sido uma tribo que exercia primordialmente funções sacerdotais. Pelos helênicos, foram considerados como os sacerdotes dos iranianos e mais tarde, pelos romanos, como sacerdotes de Zoroastro.

De todos os medas, os magos foram aqueles que mereceram uma especial atenção dos antigos gregos e judeus, que os conheciam como notáveis sacerdotes dedicados à adoração dos astros, cujo movimento aparente conheciam com grande precisão para as suas atividades religiosas.
Eram, na verdade, astrólogos, intérpretes de sonhos e adivinhos. O vocábulo magia, de origem grega, significava inicialmente trabalho de magos. Depois da ascensão de Zoroastro ou Zaratustra, que viveu no século VII a.C., os magos se tornaram os sacerdotes da religião zoroástrica.
Os três sábios do Oriente que levaram presentes ao menino Jesus eram magos. 

Foi no século VI d.C. que a tradição mudou os magos em reis – definição que está desligada de qualquer contexto, e supõe-se se assim que não passa de mau interpretação histórica. Seu números foi fixado em três em virtude da natureza dos seus presentes. Segundo a tradição oriental, os magos que visitaram Jesus eram 12.
Os ensinamentos do zoroastrismo tornaram-se as diretrizes da civilização persa. Os poderosos governantes da pérsia, Ciro e Dário, conseguiram difundir tal religião em todo o Império. No entanto, depois que Alexandre, o Grande, conquistou a Pérsia, no século IV a.C., o zoroastrismo começou a extinguir-se. Com o advento de Maomé, a religião zoroástrica desapareceu da Pérsia.

Atualmente, os seus únicos seguidores são os pares da índia e da Pérsia.
Aqueles que procuram estudar as primeiras tentativas de conhecer os astros não podem desconsiderar os esforços feitos pelos magos na interpretação dos fenômenos celestes. A Bíblia do zoroastrismo é o Avesta, nela, um dos princípios do Zoroastro é: “Aqueles que amam as coisas do céu obterão uma excelente recompensa”.

Através das meditações escritas no Avesta, que teria sido redigido por Zoroastro, pode-se ter uma ideia da astronomia dos magos. Segundo o Avesta, o nosso planeta – a Terra -, estaria em repouso sobre a água e a Terra seria plana.

Mas, ao mesmo tempo, conheciam a desigualdade dos dias e das noites, dividiam o ano de 365 dias em quatro estações e 12 meses, sem subdivídi-los em semanas.
O sol era considerado o olho que vigiava a Terra, como nas concepções de egípcios, chineses e gregos. Adoravam o Sol três vezes por dia tal como no Egito, com algumas divergências.

A lua também era motivo de adoração, pois segundo o Avesta “com a Lua nova e cheia surgiam todas as produções”. A Lua era tida como um ente de poder, e assim faziam também com os planetas.

Segundo Herótodo, os persas ofereciam seus sacrifícios ao Sol, à Lua, à Terra, ao Fogo e ao vento, assim como a Celeste, ou seja, o planeta Vênus. Segundo Zoroastro, as injustiças que se observavam no universo seriam consequência da existência de dias ações sualistas no mundo: uma causa primeira do bem, representada por Ahura-mazda, o deus da luz, a que se opunha o princípio do mal, representado por Angro-mainius, rei das trevas.

Na origem do mundo, Zoroastro imaginou o “tempo sem limites”, quando Ahuramazda criou o ovo que Angro-mainius perfurou, introduzindo o mal. A cosmologia zoroástrica é muito análoga à das religiões da época.
Todas essas ideias primitivas desenvolvidas pela figura misteriosa de Zoroastro se aproximam de determinadas concepções idênticas muito difundidas no vale do Nilo, na Pérsia, na Arábia, na China e mesmo nas tribos que viveram na América Central. Parece que a estrutura do pensamento humano seguiu uma mesma sequência evolutiva, fazendo com que a astrolatria tivesse sido um dos primeiros estágios da astronomia primitiva.

Em resumo, os magos eram originários de uma tribo meda na qual os homens mais importantes desempenhavam funções sacerdotais, na religião persa. Ora, a astrologia era uma das principais ocupações dos sacerdotes persas, a quem o povo atribuía forças e conhecimentos secretos devido às suas previsões astronômicas.
Assim, a palavra magos passou a ser sinônimo de feiticeiro nas obras astronômicas gregas.

Com este sentido, foi usada nos livros bíblicos Atos, (8:9.11; 13:6,8; e Mateus, 2:1 es) designando os sábios do Oriente. Por outro lado, é dificil afirmar se os magos eram sacerdotes persas ou astrólogos babilônios. O que importa é que, tanto uns quanto outros, acreditavam na influência dos astros sobre os acontecimentos terrestres, assim como na ação anunciadora dos eventos benéficos e maléficos.
Sabe-se pela Bíblia que moravam no Oriente, o que pode significar Arábia, Mesopotâmia, Babilônia ou Pérsia.

Analisando todo esse contexto e hipóteses sendo cruzadas, e considerando a importância da percepção da conjunção tríplice de Saturno e Júpiter, somos levados a acreditar que esse fenômeno tenha muito provavelmente constituído a Estrela de Belém.

Já todos os rituais que nada nos fazem lembrar Cristo ou a estrela de Belém, a configuração e complexidade de festejos no Natal, tem raizes mais profundas do que o hábito de comemorar a real visita dos magos ao menino Jesus no dia 6 de janeiro.
Na realidade, a visita deve ter ocorrido em outro dia e mês do ano em que nasceu Jesus. No Oriente até o século IV, o nascimento de Cristo foi celebrado em 6 de janeiro. Na França, sob o reinado dos merovíngios, iniciava no Natal e sob os capetos, nos dias 22 de março e 25 de abril.
O Natal, em 25 de dezembro, começou a ser celebrado em todo o mundo como o dia do nascimento de Jesus depois do ano 336 d.C. Antes, essa data era aceita como o solstício do inverno no Hemisfério Norte. Era o meio do inverno, dia depois do qual os dias começavam a se alongar.
O povo pagão comemorava, assim, o dia do nascimento do Sol, no dia que coincidia com os meados da saturnália, estação durante o qual os trabalhos cessavam. As colheitas eram recolhidas, e haviam alimentos com abundância para festejar.
Nesse dia em que o Sol começava a se dirigir para o Norte, as casas eram decoradas com árvores, presentes eram trocados entre os amigos, ceias e procissões eram realizadas pelos povos pagãos em homenagem ao Sol que voltava à sua posição elevada. Tudo não passava de um ritual de agradecimento ao novo surgimento da "Época do Sol". Lembrando que o sol era considerado uma entidade com poderes.
Como os primeiros cristãos comemoravam esse feriado (natural em aspectos econômicos, sociais, tradicionais, religiosos e festeiros), a Igreja decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa cristã.

Assim, a verdadeira luz sobre o Natal mostra que o mistério milagroso da Estrela de Belém no nascimento de Jesus não é plausível, e a maioria dos rituais cristãos, na realidade, não tem ligação alguma com Cristo. A festa tem conotações mais primitivas com o culto ao solstício do povo meda.

2 comentários:

  1. Todo ou quase todo mito é baseado em algo real, isto é, algo que é visto pelo ser humano e é interpretado de maneira mística e encaixado em algum mito em determinado momento. Tendo isso em mente e aplicando à essa história da Estrela de Belém, podemos concluir inicialmente que algum judeu daquela época viu o astro e em algum momento imaginou que ele era um aviso de Javé e o colocou na história de Jesus. Isso seria provável se não levássemos em consideração o fato de que outras tradições religiosas do oriente próximo e extremo associavam boas novas com o avistamento desses astros. O nascimento de Buda também foi marcado pela passagem de um astro no céu, seguido pela visita de anciãos sábios ao castelo do jovem príncipe. O curioso é que eram também 3 idosos, talvez brâmanes. Isso é obviamente análogo ao que supostamente aconteceu com Jesus. Vemos outras semelhanças entre as histórias desses dois "Salvadores do Mundo". Vemos que a visita de Jesus ao rio Jordão, onde João o batizou e seu prosseguimento à uma vida de pregação, é semelhante ao episódios iniciais da saga de Buda pela iluminação logo após passar também por um rio e se banhar nele. http://nerdworkingbr.blogspot.com/2010/12/ancestralidade-do-batismo.html

    Então, acho provável que esse motivo da estrela seja um aspecto fruto do difusionismo entre os mitos dessas regiões.

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  2. A estrela acompanhou os magos até o local exato que se encontrava Jesus.
    Portanto esta estralanão foi um astro do céu
    mas Deus .
    Porque Jesus também é chamado de estrela.
    Pergunta pode uma estrela natural guiar alguém?
    Paulo diz em I Corintios 10:4 A pedra que os seguia era Cristo.

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