quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Nova Produção de Barbies: Trocou-se Bonecos por Crianças



O que andam fazendo com o futuro delas?


Todos os finais de semana, nos Estados Unidos, palcos são invadidos por crianças, que desfilam de maquiagem, cílios postiços e apliques de cabelo diante de vários juízes que avaliam a beleza, personalidade e trajes de cada uma delas. E os pais fazem de tudo para provar que seus filhos são os mais bonitos.

Estima-se que mais de 250 mil crianças americanas participem de em torno de 5 mil concursos de beleza todos os anos. Para se prepararem para tais concursos, as crianças passam por uma maquiagem pesada, apliques de cabelo, próteses dentárias (crianças banguelas não têm vez!), usam uma espécie de cola para aderência entre corpo e lycra, vestido com no mínimo três camadas de tule, bijuterias, unhas postiças, baby liss, chapinha, laquê, muito glitter, bronzeamento artificial, aulas de dança, canto e postura.

São crianças que mal sabem caminhar desfilando numa passarela, algumas ainda nem possuem estabilidade para andar, a disputarem uma coroa de miss, empurradas pelos próprios pais (normalmente as mães) para um mundo em que só a aparência importa.

Crianças são uma pessoa ainda em formação, não têm capacidade de distinguir o que é bom ou prejudicial à elas e por isso é tão importante estarem acompanhadas de alguém que tenha condições de lhes mostrar o caminho.

O que podemos esperar do futuro de uma criança que cresce com a ideia de que sua beleza é o que existe de mais importante?
E não só a beleza... As meninas fazem poses, gestos, expressões e movimentos pré-definidos e convencionados como belos e graciosos. Tudo em meio às súplicas das mães: “Seja sexy filhinha! Faz assim! Isso, isso, está linda!”

Não é difícil imaginar que essas meninas acabam achando que se não estiverem dentro dos padrões de beleza não serão ninguém, ou serão prejudicadas, de modo que a formação da criança fica muito danificada.

Os concursos de beleza infantil surgiram nos Estados Unidos, nos anos 1920, com a proposta de alavancar o turismo de alguns estados promovendo a competição entre crianças a partir de 13 anos. Mas o negócio deu tão certo que algumas décadas depois a idade mínima para se inscrever nos concursos era de apenas seis meses de idade.

O programa-documentário “Pequenas Misses”, exibido no canal Discovery Home & Health, mostra o mundo surreal em que pais gastam milhares de dólares para que seus filhos ou filhas se tornem a criança mais bela e graciosa da competição. Observamos a loucura, obsessão, orgulho e prazer dos pais ao verem seus filhos nesse tipo de concurso.

A fotógrafa Susan Anderson lançou em 2009 o livro “High Glitz – The Extravagant World of Child Beauty Pageants" (não tem tradução em português, mas seria algo como “Muito Glitter - O Extravagante Mundo dos Concursos de Beleza para Crianças”), que reúne fotos de meninas que posaram para ela antes de encararem o palco dos concursos e os juízes.

No livro, vemos a transformação feita em cada criança e o universo chocante das "Pequenas Misses" é revelado. Sobre seu objetivo, Susan apenas disse: “Espero que as pessoas vejam o livro e tirem suas próprias conclusões”.
A intenção do livro era provocar uma reflexão sobre um mercado que, anualmente, movimenta bilhões de dólares nos Estados Unidos.
No final do post estão algumas fotos do livro High Glitz.

Um jornal americano comentou o trabalho da fotógrafa, dizendo que "Essa é uma 'cultura monstro' que fantasia as meninas (...) numa alusão a uma imagem feminina que quase não existe mais”.

O Brasil não fica de fora - em 2008, a gauchinha Natália Stangherlin conquistou o primeiro lugar no “Little Miss World” (“Mini Miss Mundo”), no Equador.

Além de movimentarem uma grande economia, os concursos atraem milhares de mães esperançosas em transformar suas filhas em pequenas estrelas. As meninas acordam cedo para a troca de roupas, confecção da maquiagem e a criação de penteados que às vezes são assustadores. As que “precisam”, fazem apliques e usam próteses dentárias, para encobrir as “imperfeições”.

Para seguir seus desejos e amparar suas frustrações, os pais (mais ainda as mães) agem de maneira desesperadora a ponto de arriscar a identidade das crianças. Não é de se espantar que a sociedade se depare, de tempos em tempos, com jovens vazios, egoístas, sem consciência de seu papel no mundo ou de sua própria existência.

Certas mães desejam que suas filhas sejam destaque em concursos de beleza desde muito cedo, sem perceberem ou se importarem de estar fazendo com que suas filhas percam algo importante de sua infância, justamente a naturalidade e as descobertas inerentes a esta fase.

As categorias destes concursos vão desde bebê, na qual concorrem crianças de alguns meses a três anos, até a infantil, de sete a nove anos.

O que essas meninas aprendem desde cedo é a se depilarem, se maquiarem e a desfilarem, ou por dinheiro ou por vaidade, se tornando pequenas bonecas de cera, sem personalidade ou qualquer conhecimento.

Não há como ser plausível submeter crianças a passarem meses dando tudo de si, esforçando-se sem descanso em prol de um objetivo extremamente superficial e que não acrescenta nada à formação de seres que estão em construção.

Muitos pais acham que os filhos são uma segunda chance para realizar planos e sonhos deixados para trás. Mas seus filhos não são uma extensão de você, no sentido mais natural que isso possa ter. São uma nova pessoa, que deve ter a oportunidade de escolher seus próprios caminhos e não terminar uma história de que sequer fez ou quis fazer parte. Utiliza-se uma vida como escape para coroar a falta de capacidade de seus progenitores.

Boa parte da aprendizagem infantil acontece por meio de imitação. Assim, é natural que meninas se espelhem na mãe e repitam seu comportamento, se interessando por maquiagem, calçando seus saltos altos, colocando suas jóias. Mas isso acontece sempre de forma lúdica e sem nenhuma preocupação com sua imagem, apenas se espelhando em um comportamento que ela tem como modelo.

O problema é quando a criança passa a ver nessas coisas algo que a valorize diante os outros, algo que a faça “melhor”, algo que dê à criança uma imagem a ser buscada, surgindo para ela o conceito de “beleza”. O simulacro se instala. A imitação vira um culto à beleza, e a vaidade ganha espaço na vida da criança através deste ritual nada moderno, mas atualizado à época.

E se tem algo que os concursos de beleza ensinam é exatamente isso, um padrão, uma imagem a ser seguida, no qual se você não se encaixar está perdido.

Algumas mães submetem seus filhos a esse tipo de coisa por pura vaidade, outras pelo dinheiro, e outras encontram uma solução para satisfazer alguma necessidade. Não há uma única resposta a tantas situações diferentes que podem levar alguém a tomar uma atitude destas. O único benefício possível de se encontrar para a existência desses concursos é de que quem ganha realmente com isso é o mercado, explorando uma vontade humana e um simulacro de beleza estabelecido.São eles que se beneficiam com menininhas mais super produzidas do que mulheres feitas e menininhos sem camisa, com gravata borboleta vermelha.

Até salões de beleza se especializam no público infantil. O tipo de festa de aniversário que faz a alegria das pequenas vaidosas é comemorada no salão de beleza. As crianças aprendem a se maquiar e fazem tudo com a maior facilidade em meio à música e os doces.

Os pais são as primeiras referências da criança. Uma coisa é uma criança que brinca de maquiagem, cujo comportamento não é valorizado. Outra coisa é uma criança sendo estimulada a se enfeitar e agir de modo diferente pelos pais. Se ainda é uma criança carente de afeto, pode achar que a única forma de chamar a atenção é através de sua beleza.

Mas após considerar tudo isso, há quem, ainda assim, tenha a capacidade de dizer: “Mas que elas ficam uma gracinha, elas ficam”.

Crianças pequenas extremamente maquiadas, bronzeadas artificialmente, penteadas extravagantemente, com dentes clareados ou postiços e sorrisos forçados, com roupas provocantes ou de biquinis, fazendo poses e simulando uma falsa graciosidade para mim não é algo a se aplaudir ou achar “bonitinho”, é assustador e lamentável.

A lição de vida que está-se ensinando é que parecer algo te faz ser algo.
Na época mais importante da formação do ser humano, não deveríamos ser mais cuidadosos com o que é ensinado a essas meninas e meninos?



















15 comentários:

  1. Eu acho isso RIDICULO! E note que nesses concursos de "beleza infantil" que passam na TV, a maioria das mães dessas meninas são feias, desleixadas e complexadas! Parecem até que abrem mão de cuidar de si proprias para gastarem toda a energia nas filhas, para que estas possam realizar o sonho que as mães não conseguiram!

    www.femalerocksquad.wordpress.com

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  2. Olha em minha opnião...
    acredito que em sua grande maioria essas meninas que não conseguiram uma carreira no mundo da moda, vão virar Jovens ou adultas frustradas, por não terem chegado no seu objetivo, isso as prejudicará muito!!
    Mas a opnião é pessoal!!
    Cada um possui uma diferente.

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  3. isso eh coisa pra pedofilo...

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  4. Só uma coisa a dizer: ESSAS MENINAS ME DÃO MEDO. VOU TER PESADELOS.

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  5. Americano é tdo doido msm

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  6. Medonho!!! Ridículo! EStou sem palavras...

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  7. Não acho ridículo não, as crianças não fazem isso obrigadas e isso é somente uma fase que logo passa... não acredito que prejudique a criança... desfilei e participei de muitos concursos de beleza quando criança, alguns eu ganhei outros perdi, e hj não sou uma pessoa frustrada e nem problemática!

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    1. é mais essas crianças são tratadas como adultos, põe química no cabelo, fazem faceta nos dentes, bronzeamento artificial, e algumas fazem isso sem vontade sim, só para agradar a mãe idiota delas.

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  8. Eu vi este programa na TV... eu vejo para ficar xingando as mães e pais daquelas pobres crianças! Tinha um BEBÊ (mal sabia andar) CHORANDO porque queria brincar, mas a mãe insistiu que ela precisava ir na passarela. Uma criança que sequer entende o que ocorre à sua volta, que quer APENAS brincar... é um desrespeito à infância... a única fase da vida onde não precisamos nos preocupar com preconceitos, aparências, concorrências, competições, etc... forçamos crianças inocentes a um mundo adulto, destruindo um momento precioso que nunca mais voltará para estas pobres crianças

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  9. e ate legal participar mais sem abusos
    apliques de cabelo ,cilios pustiços não faraõ estrago
    mas moderear e bom
    não acho certo fazer isso contra a vontade da criança
    mas elas ficam até bonitinhas

    e eu tenho 10 anos

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  10. Não são os Americanos que são doidos, mas essa prática cultural que é.

    Temos coisas tão grotescas em nossa cultura quanto isso.

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  11. Ridículo!!!,mil vezes ridículo!!!Aff,são crianças insuportáveis, que se acham as melhores e mais lindas do mundo, e sabe o que mais me impressiona?os pais são horrorosos,feios,frustados, acho que devido á isso que insistem para essas crianças participarem desses concursos.São crianças mimadas e mal educadas que tratam as mães como empregadas,suas subordinadas!,a falta de educação é demais,e fora que quando crescerem e não conseguirem seus objetivos e perceberem que não são as mais lindas do mundo, ou então não derem certo na carreira ou mesmo na vida,nem sei do que essas pessoinhas serão capazes de fazerem com sua própria vida, a frustração será imensa!Acho isso bem coisa de americano(babacas!),fora que os pais deveriam gastar tempo mais em viverem suas vidas e não criando monstrinhos que mais á frente irão culpá-los pelos tropeços e desilusões da vida!

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  12. Penso que incentivar criancas a muitas coisas chega a ser bom mas ate onde de nao ir a mais dos limites eu gostaria de ter participado de algo mas essa e a minha opiniao

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